quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Radio Europe vai fechar...

A direcção da Rádio França Internacional (RFI) decidiu encerrar a sua filia portuguesa, a Rádio Europa, antiga Rádio Paris-Lisboa. A ideia de fechar a Rádio Europa já é antiga e recolheu, há um ano, o parecer favorável da Embaixada da França em Portugal, que considera a emissora "sem interesse", segundo disse ao Expresso uma fonte diplomática francesa. Muitos dos seus (poucos) ouvintes insurgem-se contra esta medida acusando o povo português de ser inculto e ignorante.

Este macaco estudou 4 anos em Paris (e viaja frequentemente para outros países) e pode-vos garantir que o insucesso de projectos como este não se devem exclusivamente à ignorância do povo português. Estes projectos fracassam em todo o lado onde não existe massa crítica suficiente. O povo francês (e os demais) é tão ignorante como o nosso (oiçam por exemplo a cheriefm.fr na net e dão-me razão). São é 6 vezes mais do que os portugueses e por isso para cada português esclarecido há 6 franceses esclarecidos (ou seja a audiência da RFI em França é 6 vezes maior do que em Portugal e por isso pode sobreviver). Mas para cada português palerma há também 6 franceses "cons" (basta ver que 25% deles votam na extrema direita de Le Pen). Nos EUA é a mesma coisa só que em vez de multiplicarem por 6, multiplicam por 30 e na China por 130... (de onde é que saiu a Sarah Palin?)

O grande problema dos dias de hoje está na publicidade em doses excessivas (desde os jornais, rádios, televisão, futebol, etc). Para sobreviver é preciso ter dinheiro, para ter dinheiro é preciso ter publicidade, para ter publicidade é preciso ter audiências, para ter audiências há que chegar aos 80% de palermas e por isso passar programas da treta. Este processo é vicioso e quanto mais porcaria passa nos media, mais palermas existem. No dia em que se proibir/condicionar a publicidade acaba o futebol, SICs e TVIs e projectos culturais de alto nível como a RFI podem finalmente vingar e começar a diminuir a percentagem de "cons", que no fundo é o que desejam os mais esclarecidos (mas não os empresários nem os políticos).

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