A direcção da Rádio França Internacional (RFI) decidiu encerrar a sua filia portuguesa, a Rádio Europa, antiga Rádio Paris-Lisboa. A ideia de fechar a Rádio Europa já é antiga e recolheu, há um ano, o parecer favorável da Embaixada da França em Portugal, que considera a emissora "sem interesse", segundo disse ao Expresso uma fonte diplomática francesa. Muitos dos seus (poucos) ouvintes insurgem-se contra esta medida acusando o povo português de ser inculto e ignorante.
Este macaco estudou 4 anos em Paris (e viaja frequentemente para outros países) e pode-vos garantir que o insucesso de projectos como este não se devem exclusivamente à ignorância do povo português. Estes projectos fracassam em todo o lado onde não existe massa crítica suficiente. O povo francês (e os demais) é tão ignorante como o nosso (oiçam por exemplo a cheriefm.fr na net e dão-me razão). São é 6 vezes mais do que os portugueses e por isso para cada português esclarecido há 6 franceses esclarecidos (ou seja a audiência da RFI em França é 6 vezes maior do que em Portugal e por isso pode sobreviver). Mas para cada português palerma há também 6 franceses "cons" (basta ver que 25% deles votam na extrema direita de Le Pen). Nos EUA é a mesma coisa só que em vez de multiplicarem por 6, multiplicam por 30 e na China por 130... (de onde é que saiu a Sarah Palin?)
O grande problema dos dias de hoje está na publicidade em doses excessivas (desde os jornais, rádios, televisão, futebol, etc). Para sobreviver é preciso ter dinheiro, para ter dinheiro é preciso ter publicidade, para ter publicidade é preciso ter audiências, para ter audiências há que chegar aos 80% de palermas e por isso passar programas da treta. Este processo é vicioso e quanto mais porcaria passa nos media, mais palermas existem. No dia em que se proibir/condicionar a publicidade acaba o futebol, SICs e TVIs e projectos culturais de alto nível como a RFI podem finalmente vingar e começar a diminuir a percentagem de "cons", que no fundo é o que desejam os mais esclarecidos (mas não os empresários nem os políticos).
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Jacques Brel, já 30 anos!
Jacques Brel morreu faz hoje 30 anos. Grande interprete e grande compositor! Um verdadeiro símbolo do que é ser-se artista de corpo e alma. Vale a pena aprender francês só para compreender as músicas de Brel. Infelizmente nos dias de hoje é difícil encontrar alguém que lhe chegue aos calcanhares. Não vende = não presta, parece ser o mote actual. O velho continente deixou cair os seus artistas de 5 estrelas, e rendeu-se à musica fácil "made in USA". Até no festival da canção já cantam todos em Inglês. Talvez Charles Aznavour seja o último sobrevivente de um tempo em que se valorizava mais a mensagem do que a melodia, mas já tem 84 anos... Por cá o mais parecido que tivemos foi o saudoso Zeca Afonso. O que precisavamos mesmo era de um crash cultural americano (e não financeiro), para que os verdadeiros artistas pudessem novamente surgir. O autor de clássicos como "Ne me quitte pas" ou "Amsterdam" desapareceu há três décadas, mas a sua obra continua bem viva na memória de muitos...
Ne me quitte pas (legendas em Português)
Amsterdam (legendas em Inglês)
Les Vieux (legendas em Inglês)
Ne me quitte pas (legendas em Português)
Amsterdam (legendas em Inglês)
Les Vieux (legendas em Inglês)
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